Segundo o Banco Central, os brasileiros enviaram $325 milhões de dólares em janeiro, maior número desde 1995; brasileiros que moram nos EUA enviaram $191 milhões
Os brasileiros que moram fora do País têm aproveitado a desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar e fazer o dinheiro render por lá. O Banco Central do Brasil revelou que em janeiro os brasileiros que moram no exterior enviaram $325 milhões para o país — o maior valor para o mês desde que o governo passou a computar os números em 1995.
Os brasileiros que moram nos Estados Unidos mandaram $191 milhões em janeiro.
O aumento de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado vem junto com 17,1% de valorização da moeda americana nos últimos 12 meses e mostra que os brasileiros fora do país estão aproveitando a alta do dólar para fazer mais remessas
Na rota oposta, no entanto, houve uma queda, mas menos significativa: foram transferidos $204 milhões em janeiro do ano passado contra $186,5 milhões no mesmo mês deste ano. E o Banco Central revelou ainda que as despesas no exterior também ficaram cerca de 200 milhões abaixo dos números de janeiro de 2018.
Segundo um levantamento feito recentemente pela Nielsen para a Transferwise, 49% dos expatriados brasileiros enviam dinheiro para o país e apenas 12% deles recebem valores do Brasil para se sustentar no exterior.
A pesquisa mostrou ainda que 65% dos que já vivem no exterior economizaram e se preparam para a mudança e que esta é uma tendência crescente, com 87% dos interessados em imigração fazendo planejamento e enchendo o cofrinho para realizar seus sonhos. Por último, 68% destes planejadores disseram ter escolhido a poupança como a principal aplicação.
Desvalorização do Real
Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 11,81%. Em alta pela nona sessão seguida, o dólar comercial encerrou a segunda-feira (2) a R$ 4,487, com alta de R$ 0,006 (+0,13%). A cotação oscilou bastante ao longo da sessão. Na máxima do dia, por volta das 11h50, a cotação chegou a R$ 4,502. A divisa chegou a cair para R$ 4,475 durante boa parte da tarde, mas voltou a superar os R$ 4,48 na última hora de negociação.
Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas por causa da interrupção da atividade industrial na China devido ao coronavírus, as indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos.
A desaceleração da China, segunda maior economia do planeta, também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima. (Com informações da Istoé e G1)