Abril não foi diferente de março e maio só vem confirmar a tendência de queda, do mês e meio anterior, no que toca ao preço das casas, seja para comprar ou arrendar.
À semelhança do que a TVI24 tinha feito há exatamente um mês, num trabalho da jornalista Paula Martins, voltámos a medir o pulso ao mercado e estivemos em direto no Instagram da TVI24 com o consultor imobiliário da Remax, João Rendeiro.
"Seja no centro ou na periferia das grandes cidades, há exemplos de quebra de preços, na ordem dos 10% e 20% no caso da compra e perto de 20% se for para arrendar", assegurou.
Quanto à compra, João Rendeiro não tem dúvidas que numa primeira avaliação e ainda sem valores oficiais para o conjunto do estado de emergência, “os melhores sítios para comprar casa, no imediato, são as periferias, fora do centro das cidades.”
Segundo o consultor estes exemplos podem ter alterações em termos de preços finais de venda, já que as bases de dados ainda não foram atualizados porque, praticamente, não houve transações.
O sentimento de quebra de preços já esta partilhado pelo CEO da Century 21 Portugal, Ricardo Sousa, no início de abril: “No mês de março os valores dos imóveis mantiveram-se estáveis. A curto prazo, apenas antecipamos descidas de preços dos imóveis por parte de famílias e investidores com urgência em vender, para fazer frente a necessidades de liquidez imediata. Nestes casos, os descontos podem situar-se entre os 10% a 15%”.
Mas o efeito da pandemia na economia vai estender-se muito para lá do estado de emergência.
"A crise económica consequente à crise sanitária terá um impacto natural nos valores dos imóveis, para os quais se prevê um ajuste genérico de preços”, referiu Ricardo Sousa à TVI na ocasião.
Além disso, a procura de casas para comprar baixou cerca de 92% durante o estado de emergência e cerca de “20% dos negócios, já com Contrato de Promessa Compra e Venda (CPCV) assinado, foram cancelados, mesmo, em alguns casos, perdendo o valor de sinal para reserva do imóvel”, afirmou o consultor imobiliário, João Rendeiro.
O preço para quem quer comprar poderá ainda, nesta fase, descer pelo efeito da nova construção, que não parou, versus a paragem no mercado de casas usadas. No somatório: aumento da oferta de casas que também faz com que o preço baixe nas casas usadas.
Fonte: TVI24