A tendência de crescimento da taxa de contágio do novo coronavírus coloca o Brasil como o segundo país com mais mortes previstas – cerca de 5.600 óbitos – para a próxima semana, dentre um total de 48 nações analisadas pelo Imperial College, de Londres, uma instituições de análise de epidemias respeitada em todo o mundo, em relatório relatório divulgado nesta terça (28).
O Brasil deverá ficar atrás somente dos Estados Unidos, que lidera a previsão para o período, com mais de 13 mil óbitos esperados. Os dois são os únicos enquadrados na categoria “Muito Alta” de transmissão. O relatório avalia a situação epidemiológica semanal da covid-19 nos países.
Para o estudo desta semana, foram considerados apenas aqueles que contabilizavam, no período de sete dias anteriores à publicação, no mínimo 100 mortes por coronavírus desde o começo da pandemia, e pelo menos 10 óbitos em cada uma das duas semanas anteriores.
As estimativas são feitas a partir de um indicador chamado R, que mostra para quantas pessoas cada infectado transmite a doença. Segundo a instituição britânica, o Brasil abriu esta segunda (26) com uma taxa R de 2,81, o que significa que cada pessoa contaminada transmite a doença para aproximadamente outras três. É a maior velocidade de transmissão do vírus na comparação com as outras nações, destaca o estudo, que indica ainda um risco alto de sobrecarga no sistema de saúde.
Em reportagem sobre o tema, o jornal Folha de S. Paulo destaca, por exemplo, que governos de todo o mundo consideram que as medidas de isolamento social só podem ser afrouxadas se esse número de reprodução da doença for abaixo de 1.
Além de ser o segundo com a maior previsão de mortes, o Brasil está entre os seis países com a menor confirmação de casos diante da quantidade efetiva. E é listado entre os nove, do total de 48 nações, em que a doença ainda registra uma tendência de ascensão. A transmissão também está crescendo no Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia.